PLINIO DE ARRUDA SAMPAIO, PRESENTE!
Por Matheus Guimarães
Nesta
terça-feira o Brasil perdeu. Não só no futebol com uma derrota histórica, mas
também na política. Faleceu Plínio Soares de Arruda Sampaio, advogado,
intelectual e militante histórico da esquerda brasileira. Esse texto não era a
minha ideia inicial, queria eu escrever sobre a conjuntura ou fazer inúmeras
críticas aos candidatos ao governo ou senado, mas diante desta notícia não
posso. Deixo aqui minha homenagem a este homem, que significou muito para mim e
para diversos jovens do Brasil inteiro.
Plínio
nasceu em 1930, ano da primeira Copa do Mundo de futebol. Não quero aqui fazer
um histórico de sua vida, já que é fácil achá-la na internet, mas um detalhe é
de suma importância para entendermos a sua posição na política brasileira.
Plínio foi relator do projeto de reforma agrária no governo João Goulart. O
projeto visava desapropriar todas as terras improdutivas num raio de 5 km em
torno das rodovias federais. O maior projeto de reforma agrária que este país
já viu ou verá. Claro que isso causou
indignação dos grandes latifundiários do país, sendo, a meu ver, o estopim para
o planejamento do golpe contra Jango. Plínio foi exilado logo no primeiro Ato
Institucional.
Na
atualidade, Plínio deixou o PT em 2005 por não concordar com suas políticas de
conciliação e se filiou ao PSOL em seguida. Contribuiu de maneira fundamental
para a construção do partido e no avanço dos debates sobre socialismo e
sociedade. Foi candidato à presidente em 2010 e saiu vencedor. Não nas urnas, mas
nos corações e mentes dos jovens. E esse é o motivo que escrevo. Naquela
campanha, estava convicto de que o continuísmo de Dilma era o melhor para o
Brasil, mas ao ver as ideias e falas de Plínio mudei de ideia. Comecei a
pesquisar sobre quem era aquele senhor que poucos levavam a sério e sobre o
partido que ele representava.
Em
2012, logo depois da campanha e de minha filiação ao PSOL tive o prazer de
conhecer Plínio em uma de suas vindas ao Rio. Senhor gentil, simpático e que
sabia falar desde o jovem da periferia até o intelectual das universidades. E é
essa a principal lição que Plínio nos deixa. A esquerda brasileira precisa
aprender a dialogar com o povo que deseja governar. Precisa saber ir desde
Icaraí, até os cantões do Catarina ou Marambaia, ou então, continuará afundada
na lama do sectarismo e esquerdismo que assola estes partidos.
Fica
aqui minha mensagem de conforto à família e esperança que o espírito de Plínio
possa contagiar os corações e mentes nestas eleições, assim como o fez em 2010.
Plínio de Arruda
Sampaio, presente!
Matheus
Guimarães
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