quinta-feira, 3 de julho de 2014

Política Carioca

O Rio e a #rede


Caros amigos e amigas,

Como já dizia Martinho da Vila “é devagar, devagarinho que a gente chega lá”. E, como todo processo político, ambicioso em se propor a mudança da cultura política brasileira, é preciso ter calma para darmos passos firmes e consistentes.

Há 4 anos, desde as eleições de 2010, quando Marina alcançou quase 20 milhões de votos, os partidos PT e PSDB tentaram buscar seu apoio. Porém, o que conseguiram foi uma posição de independência de Marina, ao qual os caracterizou de “fiadores do conservadorismo”, uma referência de que estes partidos buscavam o poder pelo poder, sem comprometimento real com a agenda da sustentabilidade e o estímulo a cidadania. Com isso, estava ali contido o cerne que provocou a possibilidade de se discutir e construir uma nova agenda política para o Brasil. Uma agenda que se pautasse, acima de tudo, pela coerência entre a prática e o discurso político.


Quando, no dia 16 de fevereiro de 2013, nos propusemos a construir como partido a Rede Sustentabilidade tínhamos um sonho de criar um instrumento de ação para a sociedade organizada e provocar a participação popular na política institucional. A partir do dia 5 de outubro deste mesmo ano nosso projeto teve de ser adaptado a uma nova realidade, mas não perdeu a sua essência. Com o protagonismo da Marina Silva, construímos uma aliança programática com o PSB vinculados a candidatura de Eduardo Campos a presidente do Brasil. Ofereceram espaço institucional e cargos, mas não aceitamos. Mantemo-nos coerentes ao nosso ideal de construção política.



A construção política partidária requer tempo, dedicação e reflexão. A Rede se constrói em um processo complexo, onde no início é uma grande pluralidade de pensamentos, ações e anseios onde ninguém sabe muito bem como funciona, mas que depois de um tempo tudo se encaixa em uma ecologia participativa, colaborativa e sólida. Esse tempo, para que tudo comece a fazer sentido, é necessário e faz parte do nosso amadurecimento político. Por isso, em nossa história é chegado o momento de primeiro nos entendermos e, consequentemente, nos constituirmos como uma força política vanguardista no Rio de Janeiro.


Nos constituir como uma força política nova e vanguardista requer saber como nos situamos no quadro político no estado. Para isso, devemos levar em consideração que as forças políticas, que hoje disputam as eleições no Rio de Janeiro, não são diferentes entre si. É um engano pensarmos que há diferença. Sabemos que, infelizmente, no Rio de Janeiro, temos um quadro eleitoral que demonstra todo o pragmatismo fisiológico da política. Podemos diferenciar Pezão (e Sérgio Cabral) de Lindberg, quando um apoiou o outro em 2010 e ambos fazem alianças com as forças mais retrógradas da política brasileira? Podemos diferenciar Lindberg de Garotinho ou Crivella, quando todos recorrem ao tipo mais sórdido do poder de influência da igreja evangélica nos eleitores? As ruas já perceberam isso, vide as pesquisas eleitorais onde é expressiva a porcentagem de votos nulos e em brancos.

Assim como foi precipitada a candidatura de Miro Teixeira, onde fomos apressados em nos posicionarmos a qualquer custo no quadro eleitoral do Rio, a Rede pode incorrer nos mesmos erros ao vincular seu apoio institucional a qualquer candidatura ao governo do estado. E, dessa vez, pode perder a credibilidade e o diferencial que vem construindo como um partido da nova política.

Por isso, nessas eleições é fundamental que a Rede procure se fortalecer, principalmente elegendo seus candidatos orgânicos, como tem priorizado na maioria dos estados. A Rede precisa estar bem representada no Congresso Nacional e nas Assembleia Legislativa para provocar o debate e garantir que a sustentabilidade, a reforma política, a cidadania e os direitos de todos sejam políticas prioritárias. Além disso, é importante incentivar os movimentos sociais que vão dando vida a Rede. É nesse caminho que iremos alcançar o acúmulo necessário para lançarmos candidaturas majoritárias ou dialogar com outras forças políticas.


Neste momento, de grande intensidade e descrença política, nos urge a vontade de mudar a realidade política do nosso estado. Mas, nesse momento, cabe a consciência de cada filiado e militante seguir os caminhos que mais se identifica, e, institucionalmente, a Rede se posicionar como uma força que atua, pensa, acrescenta ao debate político, deixando para o eleitor a decisão final de seu voto. Por outro lado, a vida orgânica da Rede precisa ser regada para se manter viva e é fundamental que intensifiquemos a semeadura de movimentos nos municípios. E, por fim, como já dizia o grande Gonzaguinha “vamos lá fazer o que será”.





Ricardo Farias Jr
Sociólogo
Membro do elo nacional da Rede Sustentabilidade


Um comentário:

  1. Me parece vc Ricado Farias Jr., tem fortes sentimentos, mas tem tb o desejo de ver a rede entre o povo e com ele, oxalá vc alcance isso, porque já cansei de lutar por isso na Rede São Paulo

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O Projeto Cultural Alternativo foi criado no ano de 2006 na Faculdade de Formação de Professores da UERJ, no município de São Gonçalo no Estado do Rio de Janeiro. O grupo tinha como objetivo promover o saber e difundir a cultura Gonçalense dentro da universidade. Após este período de atuação o Projeto deixou a Sociedade Acadêmica e ampliou o arco de atuação na Sociedade Civil e organizou-se em duas vertentes voluntárias: GT Bem Estar, com ênfase na Proteção aos Animais e o GT Cultural, com ênfase no Patrimônio, na História e na Memória regional. Em oito anos de atuação os grupos promoveram leis municipais, sistematizaram encontros políticos, convocaram plenárias no legislativo, lançaram dois Livros, atuaram nas escolas públicas e na rede privada. Além disso, o projeto inaugurou o setor de comunicação atuando na rede online e na mídia escrita.